A atual gestão de Codó conseguiu alcançar um novo grande feito – o de ninguém querer compor chapa político-partidária na condição de vice.
Vamos lembrar aqui algo importante, o vice-prefeito, queridos e queridas leitoras, é o segundo na hierarquia do Executivo municipal.
Caso o prefeito precise se ausentar por motivo de viagem, licença, ou tenha o mandato cassado, quem assume as funções do titular é o vice. Enquanto o prefeito está em exercício, o vice deve auxiliar na administração, discutindo e definindo em conjunto as melhorias para o município (ÓBVIO QUE ISSO ESTÁ NO CAMPO DO IMAGINÁRIO IDEAL DE QUEM IDEALIZOU UM NEGÓCIO CHAMADO DEMOCRACIA, na prática os vices vivem à margem de tudo, só recebem seus salários e olhe lá).
No caso de Codó nem mesmo o excelente salário tem animado os políticos. No nosso município, segundo o site da Prefeitura (ultima atualização 2021), atualmente alguém no cargo de prefeito tem salário de R$ 24.320,00.
A lei municipal 1.476, de janeiro de 2009, passou a determinar que o vice-prefeito ganhe sempre metade do que ganha o seu prefeito, significa que nós estamos falando de um salário na casa de R$ 12.160.
Você quer um salário desses?
Pois é, mas dizer sim e se oferecer a ser o vice do homem que deseja concorrer à reeleição este ano pode significar também o fim da sua carreira política. Se for um atual vereador, ele corre o risco de não se eleger vereador, nem vice.
Só vale o risco se for para alguém que está fora, atualmente, da política e dos cargos que ela oferece.
De toda forma, na chapa da reeleição todo mundo está com o pé atrás.
Mas porque será que ninguém quer? Você já parou pra pensar nisso?
Como uma gestão que se julga perfeita, a melhor de todos os tempos, enfrenta um problema tão trivial – a falta de alguém que queira dizer – EU QUERO SER O SEU VICE?
DESPONTANDO PARA O ANONIMATO
As respostas estão no coração dos eleitores, na boca dos codoenses, nas ruas abandonadas, na raiva de ver o filho chegar mais cedo da escola desde 2021 porque a merenda faltou, na indignação de ter filhos perdendo aulas porque o escolar não passa.
Está num hospital onde se registra até falta de material anestésico para pequenas suturas, material para cirurgias ortopédicas que obrigam idosos a passarem 3 meses acamados esperando transferência, quando a promessa era que nunca mais isso fosse uma realidade depois de 3 meses do atual governo.
A resposta pode estar no agricultor que arrastou pedras para tapar buracos nas estradas, que passou por dentro do Igarapé cheio porque a ponte foi deixada para traz na gestão que nunca ninguém entendeu porquê ela aconteceu – se foi um aviso-exemplar de que existe algo muito ruim no planeta ou a mensagem divina de que nunca está tão ruim que não possa piorar.
Fato é que cada codoense tem a sua própria resposta para uma rejeição nunca antes alcançada por uma gestão municipal (sempre acima de 78%) e, provavelmente, isso também esteja assustando até mesmo quem deixe, vagamente, passar por sua cabeça a ideia de ser vice numa chapa que representará uma gestão que desponta para anonimato da história política deste município.
Com informações ,blog do Acelio trindade